sábado, 1 de março de 2014

ESSE DESINTERESSE

Aquele que devia ser o mais interessado não é verdadeiramente interessado em nada mais que seus próprios interesses.
É deveras notório esse desinteresse. Todos percebem. Todos comentam. Lamentavelmente de tão acostumado a agir assim, o Desinteressado esteve desatento a Quem sempre se mostrou interessado... E pior, esteve desatento às demonstrações interessadas de outros por aquilo que deveria ser seu interesse prioritário.
Se antes haviam lágrimas - não que isso agora interesse - já não existem mais.
Se antes era precisar usar de subterfúgios para fazer a ira transplantar a dor e o amor - hoje já não é mais. Se interessa saber, mesmo a ira já não tem interesse de se mostrar.
O mais interessante é que não há mais nenhum interesse de Quem o tinha, nem mesmo em tornar-se interessante ao Desinteressado ou em se esforçar a gostar das coisas desinteressantes que o Desinteressado elegeu.
O Desinteressado não teve interesse em atender aos apelos, achou que fazia o suficiente. O Desinteressado acreditou que pequenos agrados fariam nascer sorrisos eternos. O Desinteressado não se esforçou para aprender, muito preocupado que estava em satisfazer seus próprios interesses.
Foi perdida a conexão. Apesar da história, da inteligência, das capacidades e tudo mais que possa ser interessante; há um total estranhamento entre o Desinteressado e Quem outrora tinha interesse.
Todavia resta preso um último interesse mútuo, talvez seja melhor denominar este interesse como última obrigação... E a quem interessar possa, não há nada mais!